MITOLOGIA:
Mitologia é a ciência que estuda os mitos, vêm das palavras gregas mythos e logos, que quer dizer o estudo dos mitos, a mitologia surgiu como sendo uma ciência em pleno século XIX com objetivo de estudar todos os mitos existentes no mundo e preserva-los como sendo uma forma de tesouro cultural e histórico. Muitas mitologias perderam-se com o tempo, mas as que chegaram até nós atualmente são o suficiente para descobrirmos, como eram as religiões de certos povos antigos.
Mitologia é o estudo dos mitos, deuses e lendas. Os mitos são histórias de caráter popular ou religioso que têm por objetivo a explicação de coisas complexas, que passavam do entendimento das pessoas comuns na época de seus surgimentos.
Normalmente a mitologia é associada à sociedade de sua fundação, como a mitologia que surgiu na Grécia é denominada Mitologia Grega, sendo essa a mais famosa de todas. Em várias religiões a mitologia está presente de alguma forma. No Neopaganismo, por exemplo, a mitologia é a própria caracterização de sua fé.
Na sociedade atual, a mitologia está fortemente presente. Diversos jogos como Final Fantasy e Ragnarök; filmes e séries de televisão, como Harry Potter e Cavaleiros do Zodíaco possuem suas bases na mitologia.
Como eu disse anteriormente existem vários tipos de mitologias espalhadas pelos quatro cantos do mundo, e aqui iremos comentar um pouco de todas essas mitologias, entre as quais temos:
- Mitologia da Mesopotânea
- Mitologia Grega
- Mitologia Nórdica
- Mitologia Egípcia
- Mitologia Japonesa
- Mitologia Céltica
- Mitologia Filandesa
- Mitologia Africana
- Mitologia Indiana
- Mitologia Chinesa
- Mitologia Oceânica
- Mitologia da América do Norte
- Mitologia da América do Sul
O que é Mito?
Mitos são histórias tradicionais, quase sempre sobre deuses, heróis ou criaturas do mundo animal, que explicam por que o mundo é do jeito que é.
Pessoas de todos os tempos e de todos os tipos de cultura constataram que a vida está repleta de mistérios. Por exemplo: qual é a origem do mundo, por que o sol se movimenta atravessando o firmamento, o que faz as coisas crescerem, por que as plantas morrem no inverno e renascem na primavera, de que modo ocorrem as marés, por que há terremotos, para onde vão as pessoas quando morrem, se é que vão para algum lugar?
Na tentativa de responder a perguntas como essas, o homem criou narrativas que transcendem a existência comum e cotidiana e que se enraizaram em diferentes culturas.
Dessa maneira, as respostas para as mais complicadas indagações da vida foram transmitidas de geração para geração, na forma de mitos. Em geral havia semelhanças entres as histórias contadas em sociedade marcadamente distintas, como nas Mitologias da Grécia Antiga e dos Nórdicos, nas quais aparecem temas universais como a vida após a morte e a origem do mundo.
Os mitos eram bem mais do que o simples contar história. Cada cultura possuía cerimônias e rituais próprios associados aos mitos. Essa associação implicava representar histórias exemplares ou oferecer sacrifícios aos deuses, na esperança de receber alguma benção em troca, como uma boa safra ou a vitória em uma batalha.
Explicações mitológicas do mundo diferem das explicações apresentadas pela filosofia, que se baseiam na experiência e na razão. Os filósofos gregos buscavam explicações naturais, não explicações sobrenaturais.
Esses filósofos diziam que os mitos não combinavam com um entendimento adequado da realidade. Criticavam as histórias de Homero porque nelas os deuses tem exatamente as mesmas imperfeições dos seres humanos.
O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI a.C. e nasceu do desejo de dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à lógica nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade científica.
É verdade compreendida, que não necessita de provas para ser aceita. É portanto uma percepção compreensiva da realidade, é uma forma espontânea do homem situar-se no mundo. Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito à mentira, ilusão,ídolo, lenda ou ficção.
O mito não é uma mentira, pois é verdadeiro para quem o vive. A narração de determinada história mítica é uma primeira atribuição de sentido ao mundo, sobre o qual a afetividade e a imaginação exercem grande papel.
Não podemos afirmar também que o mito é uma ilusão, pois sua história tem uma racionalidade, mesmo que não tenha uma lógica, por trabalhar com a fantasia.
Devemos diferenciar mito e ídolo, pois mesmo existindo uma relação entre eles, o mito é muito "maior" que o ídolo (objeto de paixão, veneração).
O mito é muito confundido com o conceito de lenda, porém esta não tem compromisso nenhum com a realidade, são meras histórias sobrenaturais.
O mito não é exclusividade de povos primitivos, nem de civilizações nascentes, mas existe em todos os tempos e culturas como componente inseparável da maneira humana de compreender a realidade. O mito é, na realidade, uma maneira de entender o passado.
Um historiador de religiões, certa vez afirmou: "Os mitos contam apenas aquilo que realmente aconteceu". Isto não quer dizer que os mitos explicam os fatos corretamente. Eles sugerem, entretanto, que por trás da explicação existe uma realidade que não pode ser conhecida e/ou examinada.
Tipos de mitos
Mitos cosmogônicos
Dentre as grandes interrogações que o homem permanece incapaz de responder, apesar de todo o conhecimento experimental e analítico está à origem da humanidade e do mundo que habita.
É como resposta a essa interrogação que surgem os mitos cosmogônicos. As explicações oferecidas por esses mitos podem ser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por diferentes povos.
É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criador que, por ato próprio e autônomo, estabeleceu ou fundou o mundo em sua forma atual.
Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria já existente a toda a criação: o oceano, o caos ou a terra.
A criação a partir do nada, unicamente pela palavra de Deus, aparece claramente no livro bíblico do Gênesis.
Mitos escatológicos
Ao lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o homem, como grande mistério, a morte individual, associada ao temor da extinção de todo o povo e mesmo do desaparecimento do universo inteiro.
Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mas como elemento estranho à criação original, algo que necessita de uma justificativa, de uma solução em outro plano de realidade.
Algumas explicações predominam nas diversas mitologias. Há mitos que falam de um primeiro período em que a morte não existia e contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de um castigo ou para evitar a superpopulação.
Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais mais elaboradas, fazem referência à condição original do homem como ser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam a perda dessa condição e a expulsão do paraíso como tragédia especificamente humana.
Natureza do mito
Um dos livros mitológicos mais conhecidos é a "Ilíada", de Homero, que conta sobre a Guerra de Tróia. Nenhum leitor, hoje em dia, aceita a obra de Homero como um relato histórico. Porém, não existe quase nenhuma dúvida de que, em algum tempo, muitos séculos antes de Homero, realmente houve uma guerra entre cidades-estado gregas e habitantes do noroeste da Ásia Menor.
Outro dos grandes mitos dos povos antigos é o Dilúvio. A versão mais conhecida é o relato, encontrado no Gênesis o primeiro livro da Bíblia, de Noé e sua arca.
Nenhum cientista hoje admitiria que uma enchente pudesse ter coberto toda Terra, com a água atingindo as mais altas montanhas, mas a antiga Mesopotâmia sofreu muitas inundações.
É provável que uma excepcional enchente tenha se tornado um tema para a futura criação de um mito. Talvez, as ocorrências de muitas inundações foram agrupadas para, juntas, tornar-se uma única estória.
A função dos Mitos
Os mitos tentam responder muitas questões.
Como o mundo surgiu? Como são os deuses, e de onde vieram? Como surgiu a humanidade? Por quê existe o mal no mundo? O que acontece após a morte? Os mitos também tentam explicar costumes e rituais de uma determinada sociedade. Eles explicam as origens da agricultura e a fundação de várias cidades.
Além de fornecer tais explicações, os mitos são usados para justificar o modo de vida de uma sociedade. Várias famílias em muitas civilizações antigas, justificavam os seus poderes através de lendas que descreviam suas origens como sendo divinas.
A narração mitológica envolve basicamente acontecimentos supostos, relativos a épocas primordiais, ocorridos antes do surgimento dos homens (história dos deuses) ou com os "primeiros" homens (história ancestral).
O verdadeiro objeto do mito, contudo, não são os deuses nem os ancestrais, mas a apresentação de um conjunto de ocorrências fabulosas com que se procura dar sentido ao mundo.
O mito aparece e funciona como intervenção simbólica entre o sagrado e o seu oposto (o profano), condição necessária à ordem do mundo e às relações entre os seres.
As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere - ao menos em seus níveis mais profundos - a temas e interesses que ultrapassam a experiência imediata, o senso comum e a razão: Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e a escatologia (destino último do mundo e da humanidade).
Mito e religião
Alguns especialistas, atribuem importância especial ao argumento religioso do mito. Com efeito, são muito freqüentes os mitos que tratam sobre a origem dos deuses e do mundo, dos homens, de determinados ritos religiosos, de preceitos morais, tabus, pecados e redenção.
Em certas religiões, os mitos formam um corpo doutrinal e estão estreitamente relacionados com os rituais religiosos, o que levou alguns autores a considerar que a origem e a função dos mitos é explicar os rituais religiosos.
Mas tal hipótese não foi universalmente aceita, por não esclarecer a formação dos rituais e porque existem mitos que não correspondem a um ritual.
O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião. Isso não significa que a religião, tampouco o mito, conte uma história falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem de descrições e narrações uma realidade que ultrapassa o senso comum e a racionalidade humana e que, portanto, não cabe em meros conceitos analíticos.
Religião e mito discordam, não quanto à verdade ou falsidade daquilo que narram, mas quanto ao tipo de mensagem que transmitem.
Mito e sociedade
Como forma de comunicação humana, o mito está obviamente relacionado com questões de linguagem e também da vida social do homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de uma comunidade e de uma tradição comum.
Não se conseguiu definir, no entanto, a natureza precisa dessas relações. O estudo da sociedade e da linguagem pode começar apenas com os elementos fornecidos pela fala e pelas relações sociais humanas, mas em cada caso esse estudo se confronta com uma coerência de tradições que não está diretamente aberta à pesquisa. Essa é a área em que atua a mitologia.
Algumas concepções mitológicas podem exemplificar a complexidade e a variedade das relações entre mito e sociedade.
Mito e psicologia
Freud deu nova orientação à interpretação dos mitos e às explicações sobre sua origem e função. Mais que uma recordação antiga de situações históricas e culturais, ou uma elaboração fantasiosa sobre fatos reais, os mitos seriam, segundo a nova perspectiva proposta, uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente comparável ao que são os sonhos na vida do indivíduo.
Não foi por outra razão que Freud recorreu ao mito grego para dar nome ao complexo de Édipo.
Para ele, o mito do rei que mata o pai e casa com a própria mãe simboliza e manifesta a atração de caráter sexual que o filho, na primeira infância, sente pela mãe e o desejo de superar o pai.
Mito e arte
Pelo caráter simbólico que reveste, o mito pode ser considerado como uma forte manifestação artística e geradora de arte.
Em cada povo e civilização, os mitos são fonte de inspiração para as mais diversas obras de arte como esculturas, pinturas, inscrições, monumentos, construções de templos e até mesmo a disposição dos túmulos em cemitérios.
Hoje em vários museus do mundo existem quadros e esculturas representando os antigos personagens que fizeram parte da mitologia.
Mito e razão
Alguns autores reduzem os mitos a narrativas referentes há tempos antiquados e elaborados em épocas pré-críticas, isto é, antes do uso de métodos racionais de estudo e análise.
Entendem que o mito tornou-se, com o tempo, mera literatura, embora encontrem dificuldades para estabelecer com precisão quando teria cessado a criatividade mítica.
Outros estudiosos, ao contrário, consideram o pensamento mítico um constante estudo sobre o estudo e a classificação dos caracteres físicos dos grupos humanos, complementares ao pensamento racional e não um estágio "menos evoluído" deste.
Apontam, para demonstrá-lo, sinais de que o pensamento mítico está em operação em muitas das manifestações culturais contemporâneas como a arte.
O pensamento racional e científico não seria, portanto, um decifrador de mitos e substituto do pensamento mítico, mas pode ser capaz de reconhecer sua atualidade.
Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou os céus, antes povoados de deuses, a sociologia e a psicologia descobriram forças que se impõem ao pensamento e à vontade humana, e portanto, atuam e se manifestam de modo independente.
Mitos sobre o tempo e a eternidade
Os corpos celestes sempre atraíram a curiosidade e o interesse humano, em todas as culturas.
A regularidade e precisão inalteráveis do movimento dos astros foram com certeza uma imagem poderosa na formação de uma idéia de "tempo transcendente", concebido como eternidade, em contraste com o mundo de incessantes alterações e os acontecimentos inesperados vividos no tempo terreno.
O retorno periódico dos fenômenos siderais e de processos naturais terrestres projetou-se, em algumas culturas, na concepção repetitiva do tempo.
Mitos de transformação e de transição
Numerosos mitos narram mudanças cósmicas, produzida ao término de um tempo primordial anterior à existência humana e graças às quais teriam surgido condições favoráveis à formação de um mundo habitável.
Outras grandes transformações e inovações, como a descoberta do fogo e da agricultura, estão associadas aos mitos dos grandes fundadores culturais.
Nos mitos, são freqüentes as transformações temporárias ou definitivas dos personagens, seja em outras figuras humanas ou em animais, plantas, astros, rochas e outros elementos da natureza.
As mudanças e transformações que se dão nos momentos críticos da vida individual e social são objetos de particular interesse mitológicos e rituais: nascimento, ingresso na vida adulta, casamento, morte - acontecimentos marcantes para a pessoa e sua comunidade - são interpretados como atualizações de processos cósmicos ou de realidades míticas.
Deuses e heróis
Em muitas mitologias, descrevem-se hierarquias de deuses, cada uma com um ou mais deuses supremos. A supremacia pode ser partilhada pelos membros de um casal, ou ser atribuída simultaneamente a dois ou três deuses distintos.
Pode também variar com o tempo, segundo circunstâncias históricas, como por exemplo o domínio de um povo sobre outro ou o predomínio de determinados interesses e atividades (de tipo agrícola, guerreiro etc.).
São freqüentes os relatos de deuses supremos, por vezes identificados como criadores originais do mundo, que a seguir ficam inativos e deixam o governo a cargo de outro deus ou deuses.
O Mito hoje
Mas, e quanto aos nossos dias, os mitos são diferentes?
Tradicionalmente, a criação de mitos e lendas, olha para o passado para tentar fazer com que o presente tenha sentido. Ao invés disso, alguns mitos modernos olham para o futuro. Os contadores de estórias fazem uso de muitas invenções dos últimos séculos para tentar dar pistas de como a Terra será daqui há centenas de anos, ou para imaginar a vida daqui há bilhões de anos-luz no espaço ou no futuro distante.
A criação de mitos, assim como a superstição, não é apenas propriedade de pessoas que viveram há milhares de anos atrás. Isto persiste através da história.
O Oeste Americano do século 19 foi o assunto favorito para a criação de muitos mitos. O Oeste era uma realidade. Havia cowboys, índios, foras-da-lei e xerifes. Já as estórias de "Faroeste", apresentadas no cinema e na televisão, são versões bastante românticas de uma realidade nada feliz e de riquezas.
O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é só razão, mas também afetividade e emoção. Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva.
O mito recuperado do cotidiano do homem contemporâneo, não se apresenta com o alcance que se fazia sentir no homem primitivo. Os mitos modernos não envolvem mais a totalidade do real como ocorria nos mitos gregos, romanos ou indígenas. Podemos escolher um mito da sensualidade, outro da maternidade,sem que tenham de ser coerentes entre si.
Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os personagens de filmes, passam a encarnar o Bem e a Justiça, assumindo a nossa proteção imaginária.
Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que eles têm a ver com nossas vidas?
Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento.
As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente. Tendo sido suprimidas, em prol de uma educação concorde com uma sociedade industrial, onde toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu.
Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando uma certa perspectiva naquilo que aconteciam em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores práticos de nossa sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para por no lugar.
Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limites de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais deixados por outros ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta própria.
FOLCLORE:
Folclore é um gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes, lendas, tradições e festas populares transmitidos por imitação e via oral de geração em geração. Em 22 de agosto, o Brasil comemora o Dia do Folclore. A data foi criada em 1965 através de um decreto federal. No Estado de São Paulo, um decreto estadual instituiu agosto como o mês do folclore.
Definição
O termo folclore (folklore) aparece pela primeira vez cunhado por Ambrose Merton - pseudônimo de William John Thoms - em uma carta endereçada à revista The Athenaeum, de Londres, onde os vocábulos da língua inglesa folk e lore (povo e saber) foram unidos, passando a ter o significado de saber tradicional de um povo. Esse termo passou a ser utilizado então para se referir às tradições, costumes e superstições das classes populares. Posteriormente, o termo passa a designar toda a cultura nascida principalmente nessas classes, dando ao folclore o status de história não escrita de um povo.
À medida que a ciência e a tecnologia se desenvolveram, todas essas tradições passaram a ser consideradas frutos da ignorância popular. Entretanto, o estudo do folclore é fundamental de modo a caracterizar a formação cultural de um povo e seu passado, além de detectar a cultura popular vigente, pois o fato folclórico é influenciado por sua época.
No século XIX, a pesquisa folclórica se espalha por toda a Europa, com a conscientização de que a cultura popular poderia desaparecer devido ao modo de vida urbano. O folclore passa então a ser usado como principal elemento nas obras artísticas, despertando o sentimento nacionalista dos povos.
Para que serve?
O folclore é o modo que um povo tem para compreender o mundo em que vive. Conhecendo o folclore de um País, podemos compreender o seu povo. E assim conhecemos, ao mesmo tempo, parte de sua História. Mas para que um certo costume seja realmente considerado folclore, dizem os estudiosos que é preciso que este seja praticado por um grande número de pessoas e que também tenha origem anônima.
Qual a origem da palavra "folclore"?
A palavra surgiu a partir de dois vocábulos saxônicos antigos. "Folk", em inglês, significa "povo". E "lore", conhecimento. Assim, folk + lore (folklore) quer dizer ''conhecimento popular''. O termo foi criado por William John Thoms (1803-1885), um pesquisador da cultura européia que em 22 de agosto de 1846 publicou um artigo intitulado "Folk-lore". No Brasil, após a reforma ortográfica de 1934, que eliminou a letra k, a palavra perdeu também o hífen e tornou-se "folclore".
Características do fato folclórico
Para se determinar se um acontecimento é folclórico, ele deve que apresentar as seguintes características:
Tradicionalidade: vem se transmitindo geracionalmente.
Oralidade: é transmitido pela palavra falada.
Anonimato: não tem autoria.
Funcionalidade: existe uma razão para o fato acontecer.
Aceitação coletiva: há uma identificação de todos com o fato.
Vulgaridade: acontece nas classes populares e não há apropriação pelas elites.
Espontaneidade: não pode ser oficial nem institucionalizado.
As características de tradicionalidade, oralidade e anonimato podem não ser encontrados em todos os fatos folclóricos como no caso da literatura de cordel, no Brasil, onde o autor é identificado e a transmissão não é feita oralmente.
Campos do Folclore
1- Música
2- Danças e festas
3- Linguagem
4- Usos e costumes
5- Brinquedos e brincadeiras
6- Lendas, mitos e contos
7- Crenças e superstições
8- Arte e artesanato
1- Música
Caracteriza-se pela simplicidade, monotonia e lentidão. Sua origem pode estar ligada a uma música popular cujo autor foi esquecido ou pode ter sido criada espontâneamente pelo povo. Observa-se a música folclorica sobretudo em brincadeiras infantis, cantos religiosos, ritos, danças e festas.
São exemplos: cantigas de roda
Ciranda cirandinha
Ciranda, cirandinha
vamos todos cirandar
vamos dar a meia-volta
volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste
era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
era pouco e se acabou
Por isso, D. Fulano
entre dentro dessa roda
diga um verso bem bonito
diga adeus e vá-se embora
algumas cantigas de roda:
acalantos;
modinhas;
cantigas de trabalho;
serenatas;
cantos de velório;
O velório é uma cerimônia fúnebre na qual os parentes e amigos da pessoa falecida vão dar o último adeus antes da cremação ou do enterro. Sua duração é variada: de poucas horas a mais de um dia, podendo inclusive acontecer durante a madrugada.
O velório também é visto como um intervalo de tempo dado para aquele que parece estar morto na esperança de que não esteja realmente. Há algumas doenças e situações em que não se morre mas os sinais são típicos de um morto: o coração para, os sinais vitais cessam. Mitos populares dizem que há casos de pessoas que ficaram até uma semana em estados assim e "voltaram à vida" como se nada tivesse acontecido, como alguém que volta de um coma.
Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:
Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".
Boto
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.
Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.
Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.
Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
Pisadeira
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.
Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
Mãe-de-ouro
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.
Saci-Pererê
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
Comadre Florzinha
É uma fada pequena que vive nas florestas do Brasil. Vaidosa e maliciosa possui cabelos compridos e enfeitados com flores coloridas. Vive para proteger a fauna e a flora. Junto com suas irmãs, vivem aplicando sustos e travessuras nos caçadores e pessoas que tentam desmatar a floresta.
Bicho Papão
Monstro grande, peludo, feio e comilão que assusta as crianças teimosas e desobedientes durante a noite. De acordo com o folclore, ele fica nos telhados das casas, esperando o momento certo de atacar. Esta lenda foi muito usada pelos pais do passado, como "recurso educativo" para ensinar as crianças, através do medo, a importância de respeitar e obedecer aos pais.
Curiosidades:
- É comemorado com eventos e festas, no dia 22 de Agosto, aqui no Brasil, o Dia do Folclore.
- Em 2005, foi criado do Dia do Saci, que deve ser comemorado em 31 de outubro. Festas folclóricas ocorrem nesta data em homenagem a este personagem. A data, recém criada, concorre com a forte influência norte-americana em nossa cultura, representanda pela festa do Halloween - Dia das Bruxas.
- A palavra folclore é de origem inglesa. O termo "folk", em inglês, significa povo, enquanto "lore" significa cultura.
- Muitas festas populares, que ocorrem no mês de Agosto, possuem temas folclóricos como destaque e também fazem parte da cultura popular.
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